quinta-feira, 21 de maio de 2009

Começar por mim



Tenho refletido há muito tempo sobre como fazer para mudar - algo bem pouco pretensioso - mudar o mundo...
Quando iniciei minha carreira como bióloga na educação ambiental, ainda na graduação, acreditava que deveria trabalhar com as crianças, e mudar hábitos, inclusive os meus próprios. Então mudei bastante coisa, fui morar em uma casinha em um local afastado, bem próximo à natureza, parei de comer carne, comecei a usar a bicicleta como meio de transporte, a fazer o meu próprio pão, e todas essas coisas.
Depois, em contato com vários tipos de pessoas , ouvindo várias críticas, comecei a considerar que minha visão era muito ingênua, que a gente deveria reivindicar a elaboração de políticas públicas, que a mudança viria de uma transformação de toda a sociedade, não de meia dúzia de bichos grilo. Então endureci, parei de ver sentido nas transformações individuais, achei que deveríamos ser todos revolucionários como aqueles da época da ditadura, lutar pelos nossos direitos...
Mas hoje, depois de ter sofrido um tanto por me perceber a deriva, indo junto com a correnteza, quase igual a tudo aquilo que não concordo, volto atrás. E acho que sim, tudo que tem verdade vem de dentro, começa em cada um, e só aceitando a mudança em si é que podemos ter voz para lutar, e dar o exemplo, de que outra forma de compreender e se relacionar com o mundo é possível.

2 comentários:

  1. Li,

    Amei, também acho e permintindo nossa luz brilhar, incoscientemente ajudamos aos outros e fazerem sua luz brilhar.
    Continue como este ótimo exemplo.
    Bjinhos
    CHI

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  2. às vezes pensamos que a mudança tem que vir de dentro. e isso é uma verdade irrefutável: tem que partir da nossa essência. e como fazer isso? parece-nos fácil pensar assim. tenho uma sugestão: visão ingênua é necessária para o nosso bem-estar, mas encontrar a força interior é o que se faz mais importante nesse momento, pois a mudança tem que vir de todos, de um coletivo. Nada adianta se a força interior continuar no âmbito de um singular. o que faz a diferença é a força externalizada, seja pela palavra, seja pelos gestos, atitudes, etc.
    um blog compartilhado já é um começo do que veio da força interior que expande pelo etéreo. sim, pelo etéreo, porque quando lemos, compartilhamos as mesmas ingenuidades e externalizamos as forças...isso nós já conversamos bastante (e pouco dependendo do ponto de vista!). não voltasse atrás, mas pelo contrário, não sei se percebeu, mas conseguiu "linkar" as duas possibilidades. Isso é maravilhoso!!
    Estou contigo nessa minha querida Sereníssima, porque minha ingenuidade anda perdida porque estou sozinha, mas com um desejo de compartilhar, compartilhar, compartilhar...

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